Chiquinha Gonzaga, a primeira maestrina brasileira, compreendendo o valor e a cadencia do ritmo, compôs alguns sucessos desse gênero musical, a exemplo de “Lição de Maxixe”, porém, a letra de Corta Jaca é a que mais revela a magia do ritmo e a disfarçada cobiça da sensualidade por trás dos movimentos:
No início do século XX, assim como o tango, que surgiu na mesma época, o maxixe foi também exportado para a Europa e Estados Unidos. O dançarino brasileiro Antônio Lopes de Amorim Diniz: o Duque, levou requinte e notariedade para a dança apresentando-a à França e Inglaterra entre 1914 e 1922.
De acordo com Botelho (2014, p. 6) em 26 de outubro de 1914, Nair de Teffé, segunda esposa do Presidente da República, o Marechal Hermes da Fonseca, que governou o Brasil entre 1910 e 1914, aproveitando as solenidades de despedida da gestão do marido, abriu espaço, em um jantar oficial, para a música brasileira. Acompanhada de seu amigo Catulo da Paixão Cearense, tocaram o maxixe "Corta-Jaca", escrito por Chiquinha Gonzaga e Machado Careca em 1895. Esse episódio bastante polêmico ficou conhecido como “A Noite do Corta-Jaca”.
O maxixe influenciou Donga e Sinhô, os primeiros compositores do samba, que o substituiria mais tarde como principal gênero musical brasileiro.
Na atualidade, o maxixe ainda existe no samba preservando muitas de suas estruturas rítmicas e está presente em grande variedade de passos e figurações como o parafuso, saca-rolha, balão, carrapeta, corta-capim, etc. Outra dança que recebeu influência do maxixe foi a lambada, um gênero musical que teve suas origens na Região Norte do Brasil, mais especificamente no estado do Pará e foi sucesso nos anos 1980.
Em 1995, segundo Mattos e Ramos (2016, p.9), Michel Teló liderava o Grupo Tradição (MS), que popularizou a Vanera a nível nacional. Nesse contexto surgiu o Gaúcho da Fronteira lançando o seu Vanerão Sambado e o famoso Forrónerão que teve projeção nacional e, a nível estadual, através de um projeto da Zero Hora dominical, surgiu a nova onda musical chamada “Tchê Music”.
O Maxixe ressurgiu com força total nas periferias de Porto Alegre, nos bailes tradicionais gaúchos onde predominava o Vanerão, porém, a parte negra da população só começou a frequentar os Centros de Tradições Gaúchas com a inclusão de elementos do axé e do pagode no som da Tchê Music. Começaram então a rebolar e adaptar o seu ritmo ao som da sanfona. As pessoas achavam engraçado a dança e a imitavam, surgindo assim o modo gaúcho de dançar o maxixe. Apesar de contrariar os representantes da tradição campeira e dos valores da família gaúcha, que não concordavam com a forma sensual da dança e chegaram a proibi-la nos Centros de Tradição Gaúcha, o maxixe ficou cada vez mais conhecido nesta capital. E assim durante o século XX, mais especificamente no ano de 1999, a dança “Maxixe Gaúcho” ganhou fama e se apresentava de uma forma sem precedentes em todos os bailes e fandangos e demais lugares por onde esses grupos musicais se apresentavam no Rio Grande do Sul.
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