quarta-feira, 22 de julho de 2020

(8º ANO) DANÇA Maxixe- CORTA JACA- CHIQUINHA GONZAGA- GÊNERO MUSICAL - CHORO

O Maxixe ou Tango brasileiro, é um tipo de dança de salão brasileira criada por afrodescendentes que esteve em moda entre o fim do século XIX e o início do século XX. Teve a sua origem no Rio de Janeiro na segunda metade do século XIX, mais ou menos quando o tango também dava os seus primeiros passos na Argentina e no Uruguai, do qual sofreria algumas influências. Tango Brasileiro . Dançada a um ritmo rápido de 2/4, notam-se também influências do lundu, das polcas e das habaneras. Por isso mesmo, o maxixe é chamado por alguns de tango brasileiro. Alguns relatos afirmam também uma diferença com relação à harmonia, sendo a do tango brasileiro (como os de Ernesto Nazareth) um pouco mais complexa do que de seu "irmão", o maxixe.

Chiquinha Gonzaga, a primeira maestrina brasileira, compreendendo o valor e a cadencia do ritmo, compôs alguns sucessos desse gênero musical, a exemplo de “Lição de Maxixe”, porém, a letra de Corta Jaca é a que mais revela a magia do ritmo e a disfarçada cobiça da sensualidade por trás dos movimentos:

No início do século XX, assim como o tango, que surgiu na mesma época, o maxixe foi também exportado para a Europa e Estados Unidos. O dançarino brasileiro Antônio Lopes de Amorim Diniz: o Duque, levou requinte e notariedade para a dança apresentando-a à França e Inglaterra entre 1914 e 1922.

De acordo com Botelho (2014, p. 6) em 26 de outubro de 1914, Nair de Teffé, segunda esposa do Presidente da República, o Marechal Hermes da Fonseca, que governou o Brasil entre 1910 e 1914, aproveitando as solenidades de despedida da gestão do marido, abriu espaço, em um jantar oficial, para a música brasileira. Acompanhada de seu amigo Catulo da Paixão Cearense, tocaram o maxixe "Corta-Jaca", escrito por Chiquinha Gonzaga e Machado Careca em 1895. Esse episódio bastante polêmico ficou conhecido como “A Noite do Corta-Jaca”.

O maxixe influenciou Donga e Sinhô, os primeiros compositores do samba, que o substituiria mais tarde como principal gênero musical brasileiro.

Na atualidade, o maxixe ainda existe no samba preservando muitas de suas estruturas rítmicas e está presente em grande variedade de passos e figurações como o parafuso, saca-rolha, balão, carrapeta, corta-capim, etc. Outra dança que recebeu influência do maxixe foi a lambada,  um gênero musical que teve suas origens na Região Norte do Brasil, mais especificamente no estado do Pará e foi sucesso nos anos 1980.

Em 1995, segundo Mattos e Ramos (2016, p.9), Michel Teló liderava o Grupo Tradição (MS), que popularizou a Vanera a nível nacional. Nesse contexto surgiu o Gaúcho da Fronteira lançando o seu Vanerão Sambado e o famoso Forrónerão que teve projeção nacional e, a nível estadual, através de um projeto da Zero Hora dominical, surgiu a nova onda musical chamada “Tchê Music”.

O Maxixe ressurgiu com força total nas periferias de Porto Alegre, nos bailes tradicionais gaúchos onde predominava o Vanerão, porém, a parte negra da população só começou a frequentar os Centros de Tradições Gaúchas com a inclusão de elementos do axé e do pagode no som da Tchê Music. Começaram então a rebolar e adaptar o seu ritmo ao som da sanfona. As pessoas achavam engraçado a dança e a imitavam, surgindo assim o modo gaúcho de dançar o maxixe. Apesar de contrariar os representantes da tradição campeira e dos valores da família gaúcha, que não concordavam com a forma sensual da dança e chegaram a proibi-la nos Centros de Tradição Gaúcha, o maxixe ficou cada vez mais conhecido nesta capital. E assim durante o século XX, mais especificamente no ano de 1999, a dança “Maxixe Gaúcho” ganhou fama e se apresentava de uma forma sem precedentes em todos os bailes e fandangos e demais lugares por onde esses grupos musicais se apresentavam no Rio Grande do Sul.





                                                                        Corta  Jaca
Neste mundo de misérias
Quem impera
É quem é mais folgazão
É quem sabe cortar jaca
Nos requebros
De suprema, perfeição, perfeição
Ai, ai, como é bom dançar, ai!
Corta-jaca assim, assim, assim
Mexe com o pé!
Ai, ai, tem feitiço tem, ai!
Corta meu benzinho assim, assim!
Esta dança é buliçosa
Tão dengosa
Que todos querem dançar
Não há ricas baronesas
Nem marquesas
Que não saibam requebrar, requebrar
Este passo tem feitiço
Tal ouriço
Faz qualquer homem coió
Não há velho carrancudo
Nem sisudo
Que não caia em trololó, trololó
Quem me vir

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